A chegada das estações mais frias é sinónimo de gripes e resfriados predominantes essencialmente nesta altura do ano. Mas, afinal, porquê que ficamos mais predispostos a ficar doentes nos meses mais frios? Bem, para responder a essa questão é imperativo entender como funciona o nosso sistema imunitário.
O que é e como está subdividido?
O sistema imunitário desempenha um papel fulcral na defesa do nosso organismo contra agentes agressores e microrganismos. Este sistema é passível de ser subdividido em duas partes:
– Imunidade inata – a imunidade que nasce connosco, que é ativada logo após o nascimento, e que se caracteriza por ser rápida e a primeira a ser estimulada quando as células detetam um organismo estranho;
– Imunidade adquirida – imunidade ativada quando não apresentamos defesas para um determinado agente patogénico, caracterizando-se por ser uma resposta muito mais demorada, direcionada e específica, contrariamente à resposta da imunidade inata.
A imunidade adquirida é o tipo de imunidade que se adquire em resposta à vacinação, gerando assim “células memória” de modo a que num próximo contacto, com aquele agente patogénico, a resposta de defesa seja bastante mais rápida.
Assim sendo, adoecemos quando a imunidade inata não consegue combater o agressor e o nosso organismo ainda não conseguiu gerar uma resposta específica para o eliminar.
Porque ficamos mais vezes engripados nas estações mais frias?
A predominância das gripes e resfriados nas estações mais frias não ocorre de um acaso. O facto de se passar mais tempo dentro de casa, principalmente se as casas forem menos húmidas e pouco ventiladas, promove a sobrevivência dos agentes patogénicos e germes, já que a baixa humidade cria condições ótimas para o desenvolvimento e predomínio dos mesmos. Como os germes sobrevivem mais tempo em sítios como puxadores de porta, banca, teclados, entre outros, está-se em contacto com uma carga patogénica muito maior.
Além disso, os vírus adaptam a sua estrutura à temperatura do ambiente no qual se encontram, isto é, nos ambientes mais frios, os vírus tornam-se mais resistentes e mais infeciosos, pelo que dificulta o trabalho ao sistema imunitário. Um estudo da Cardiff University em Inglaterra concluiu, ainda, que ter constantemente os pés frios aumenta a probabilidade de se ficar doente. Os investigadores pensam que isto se deve ao facto de o frio promover a constrição dos vasos sanguíneos dos pés o que, consequentemente, desencadeia uma constrição dos vasos sanguíneos do nariz, diminuindo-se a resposta imunológica.
O que podemos fazer?
Apesar deste maior contacto com os germes, podemos dar um “boost” às nossas defesas com a ajuda de alguns alimentos e/ou suplementos. Um dos alimentos mais conhecidos para este efeito é a laranja, fruta da época do frio. Todos os citrinos (limão, lima, laranja, tangerina, toranja) são extremamente ricos em vitamina C, um dos vários antioxidantes que este grupo possui, folatos e polifenóis.
Os antioxidantes e os polifenóis são compostos com propriedades anti-inflamatórias, cuja função é apaziguar o resultado (inflamação) do combate entre o patogénico e as nossas defesas.
Os folatos, por sua vez, ajudam a manter a integridade da barreira imunológica e o funcionamento das células do sistema imunitário.
Para além dos citrinos, alimentos como o alho, o brócolo, o gengibre, o espinafre, o iogurte, as amêndoas, entre outros, são riquíssimas em diversas vitaminas, antioxidantes e micronutrientes que dão as ferramentas necessárias para a proteção do organismo contra os agentes agressores e para combater a inflamação.
A suplementação com estes micronutrientes e vitaminas pode ser uma opção mais prática de obter todas as ferramentas necessárias para combater os agressores neste tempo mais frio.
Neste seguimento, deixamos algumas sugestões de suplementos que potenciam o sistema imunitário: